Se você perguntar a um especialista em finanças se carro é investimento, provavelmente a resposta será negativa, mas será possível que isso tenha mudado nos últimos anos com a valorização dos automóveis?
A resposta não é simples, mas este artigo tem a pretensão de explicar mais sobre o tema e mostrar que, com uma boa argumentação e conhecimento, é possível mostrar ao cliente que investir na compra de um carro pode ser um bom negócio. Confira!
Por que carro não é considerado um investimento?
O conceito de investimento está diretamente ligado à ideia de obter retorno financeiro sobre o montante aplicado em algum momento. Pode ser no curto, médio ou longo prazo, mas quem está disposto a mobilizar uma quantia de dinheiro para esse fim tem a expectativa de obter lucro. Se você trabalha com compra e venda de carros, sabe disso!
Na maioria das vezes, isso não acontece na aquisição de um automóvel para uso próprio, pois o carro sofre depreciação do valor devido ao desgaste natural. Pode até ser que um veículo bem cuidado, que passou por todas as revisões e tenha baixa quilometragem seja uma exceção, mas não é comum.
Claro que, ao montar uma loja de carros usados, a visão do empreendedor é completamente diferente, e, nesse caso, o carro é um investimento importante, mas para o consumidor, a relação é menos direta.
O cenário atual influencia na compra de um carro?
Apesar da alta dos preços e da mudança na perspectiva do consumidor, o investimento em carro â com o objetivo de obter lucro â ainda não é a melhor opção. Mesmo que todos os veículos valham, hoje, muito mais do que há 2 anos, não houve aumento somente em uma categoria ou modelo.
Mesmo que o preço de um automóvel seminovo esteja 20% mais alto do que no final do ano de 2019 â e pareça um bom negócio na venda â, provavelmente o cliente terá que desembolsar a mesma diferença na compra de um outro modelo. Mas isso não significa que o consumidor só terá prejuízos. Continue a leitura para saber mais!
Como orientar o consumidor a investir na compra de um carro?
Para toda regra há exceções, e é claro que alguns modelos valorizaram mais do que outros. Isso significa que pode ser interessante trocar o carro por um modelo mais novo se a diferença de valorização entre o usado e o zero for vantajosa.
Veja um exemplo: no final de 2019, um Corolla XEI modelo 2020 zero custava em torno de R$ 110 mil. Hoje, ele vale cerca de R$ 131 mil, segundo a tabela Fipe. Mesmo após 2 anos de uso, houve um aumento de quase 20%.
O mesmo modelo zero custa, atualmente, em torno de R$ 145 mil, o que significa que o consumidor só precisará desembolsar cerca de 10% a mais do valor para trocar o veículo usado por um modelo zero.
No início de 2020, essa diferença entre um veículo com 2 anos de uso e um zero estava na casa de 36%, já que o modelo 2018 valia em torno de R$ 80.550. É preciso avaliar bem quais são os carros que mais valorizaram para definir se a troca será financeiramente viável.
Como utilizar a valorização dos carros a favor das vendas?
A aquisição de um automóvel é um evento importante. É normal que a pessoa que está comprando tenha várias dúvidas, que precisam ser respondidas com segurança. Esse é o momento de demonstrar autoridade e confiança, com conhecimento e bons argumentos.
Boa hora para explicar que o aumento dos preços dos veículos seminovos é fruto da falta de peças, provocada pela pandemia do Covid-19 â o que tem levado ao atraso na entrega dos modelos zero quilômetro.
Essa também é uma ótima oportunidade para destacar as vantagens de carros com pouco uso ou de modelos que subiram menos, pois eles terão menor desvalorização do que os novos â que costumam perder cerca de 10% do valor logo no primeiro ano.
Quais são os carros mais valorizados em 2021?
Com base em dados da Kelley Blue Book, consultoria automotiva especializada, a revista digital Infomoney divulgou uma lista dos carros que mais valorizaram e os que mais desvalorizaram em 2021. Confira.
Mais valorizados
- Toyota Hilux cabine dupla (30,34%)
- Chevrolet Montana (22,24%)
- Volkswagen Saveiro (20,65%)
- Volkswagen Voyage (20,33%)
- Fiat Argo (18,65%)
- Renault Kwid (17,66%)
- Volkswagen Gol (16,96%)
- Fiat Cronos (14,80%)
- Fiat Uno (14,19%)
- Fiat Strada (13,96%)
- Fiat MBI (13,89%)
- Nissan Versa (13,25%)
Mais desvalorizados
- Fiat Doblò (-8,93%)
- Citroën C4 Cactus (-5,98%)
- Citroën C3 (-4,96%)
- Mitsubishi Eclipse Cross (-3,06%)
- Peugeot 208 (-2,73%)
- Renault Captur (-2,30%)
- Chery Tiggo 5X (-1,87%)
- Kia Rio (-1,52%)
- Hyundai New Tucson (-1,50%)
- Mitsubishi Outlander Sport (-1,06%)
- Ford Ka+ (-0,77%)
De que maneiras mostrar que carro é investimento?
Comprar um veículo pode ter mais relação com questões emocionais do que práticas, e não há nenhum problema nisso. Além de ser um meio de transporte, o carro pode significar status, liberdade, isolamento social â muitas pessoas querem evitar os transportes públicos â, autonomia, conforto etc.
É possível mostrar ao cliente, com a ajuda de gatilhos mentais, que o valor do carro está muito além da quantidade de dinheiro que ele terá que desembolsar. Escutar quais são as necessidades e expectativas do consumidor ajuda você a mostrar os benefícios que o modelo oferece.
Outra maneira de sinalizar as vantagens de investir em carro é mostrar que o veículo pode ser utilizado como fonte de renda, como é o caso dos modelos comerciais leves â como motorista de aplicativo, fazendo pequenos fretes e entregas, ou até mesmo se inscrevendo em apps de carona como o BlaBlaCar e o Waze Carpool, que ajudam a diluir os custos das viagens.
Trabalhar com vendas é se reinventar constantemente, ainda mais em um cenário econômico imprevisível como o brasileiro. O que pode parecer um desafio, em um primeiro momento, muitas vezes se transforma em oportunidade se receber a abordagem adequada.
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