Afinal de contas, o que o futuro reserva para o segmento automotivo? Essa é uma questão comum entre os empresários e profissionais do ramo, que enxergam nesse dilema uma oportunidade de vislumbrar o amanhã, antecipando suas estratégias para assim, ganhar espaço e destaque dentro do mercado.
Com isso em mente, elaboramos este post especial sobre o tema, em que discutimos a importância do pioneirismo tecnológico, apresentando os principais tipos de tendência para o setor automotivo. Portanto, não fique de fora dessa discussão, acomode-se na cadeira e embarque nesta leitura!
A importância do pioneirismo no mercado automotivo
Quem faz primeiro, lidera â eis uma verdade absoluta nesse setor, que vale para montadoras, concessionárias, lojistas e demais indústrias inerentes a esse mercado. Dizemos isso porque essa é uma realidade que se repete todos os anos, a todo lançamento.
Quer alguns exemplos? Então, vamos recorrer à história. O ano é 2013 e o Brasil vive um boom no volume de novos consumidores acessando o mercado. Como diferencial, esse público tem por característica um posicionamento mais despojado e digital, algo compatível com sua idade.
No entanto, há de se perceber a limitação econômica desse público, composto majoritariamente por pessoas novas, universitárias e em início de carreira. Foi nesse cenário que as marcas automotivas seguiam inertes para o segmento dos hatches compactos, oferecendo projetos antigos e pouco atraentes ao novo consumidor.
Com um olhar atento sobre o mercado, a Chevrolet lançou o Onix, que apesar de contar com um desenho duvidoso, além de péssimas notas na segurança embarcada, conquistou a predileção do consumidor brasileiro ao introduzir a central multimídia em um carro popular.
Agora, pare e pense em como essa foi uma jogada de mestre. Afinal de contas, uma central multimídia não possui quase nada de tecnologia computacional, sendo um item consideravelmente barato na construção de um veículo, sobretudo quando comparamos com os demais componentes mecânicos.
No entanto, a Chevrolet enxergou o que ninguém mais viu, encerrando 2019 com 5 anos de absoluta liderança, em que os próprios números de 2019 são impressionantes. Como referência, utilizamos a Edição 203 de Novembro do Ýndice de Emplacamentos da Fenabrave.
Agora, veja um breve resumo do ranking dos emplacamentos acumulados entre janeiro e novembro de 2019:
- 1º GM Onix, com 219.771 unidades emplacadas;
- 2º Ford Ka, com 95.411 unidades;
- 3º Hyundai HB20, com 93.911 unidades;
- a liderança é absoluta a ponto de computar mais vendas do que o segundo e terceiro colocados combinados.
Inclusive, vale notar que isso também acontece nos mercados internacionais, como é o caso da norte-americana Tesla, com seus belíssimos modelos eletrificados. Por fim, também destacamos o pioneirismo da Ford aqui no Brasil, quando introduziu o EcoSport em 2003 â nada mais, nada menos do que o modelo que inaugurou o segmento de SUVs compactos no país.
As 7 principais tendências para o setor automotivo nos próximos anos
Agora, vamos às tendências! Como perceberá abaixo, todas elas são justificadas por algum fundamento econômico, tecnológico, político ou mercadológico. Sendo assim, todas essas expectativas estão baseadas na realidade da vanguarda de outros mercados, como o norte-americano e o europeu. Veja!
1. Sustentabilidade
Esse é um fator que tomará conta da indústria, sendo determinante na tarefa de reduzir a emissão de gases poluentes. Na esteira desse tema, o segmento automotivo será tomado por veículos cada vez mais ecologicamente sustentáveis, com motorizações que substituem os combustíveis fósseis por alternativas limpas e renováveis, como etanol, biodiesel e afins.
2. Segurança
Assim como a sustentabilidade, a segurança é uma bandeira de solução preventiva, visando proteger a integridade das atuais e futuras gerações no volante. Com isso em mente, governos tornarão os requisitos mínimos de segurança cada vez mais rigorosos, fazendo com que veículos populares sejam equipados com soluções de frenagem automática, controle eletrônico de tração e estabilidade, airbags de cortina e muito mais.
3. Digitalização
Já aqui, temos uma tendência que se foca no próprio comércio de carros, e não nos modelos em si â ainda que os veículos tenham cada vez mais telas e soluções eletrônicas para a comodidade dos ocupantes. Os lojistas serão fortemente impactados com essa oportunidade, com a popularização das concessionárias digitais.
Aqui, falamos de lojas inteiras compostas por telas responsivas ao toque, com alguns poucos funcionários e nenhum modelo em exposição. A missão é reduzir o custo operacional que seria gasto com vendedores e salas comerciais, trocando a experiência tradicional de compra por uma experiência mais virtual e objetiva, em que o cliente entra, escolhe, compra e sai. No Brasil, a Fiat é a pioneira dessa modalidade.
4. Eletrificação
Abraçada à sustentabilidade, a eletrificação dos carros ainda encontra algumas barreiras para sua popularização no Brasil. Apesar de a tecnologia revolucionar a experiência e o mercado automotivo, vale lembrar que ela é bastante dependente da infraestrutura física e econômica do mercado local.
A começar pelas redes de carregamento, que precisam estar bem espalhadas pelo país, tanto em rodovias como em circuitos urbanos, garantindo a autonomia desses veículos. Em um segundo momento, existe o fator econômico.
Em países como Canadá, Alemanha e Estados Unidos já existem grandes isenções tributárias na compra desses modelos, incentivando a transição tecnológica. No entanto, sendo um tema tributário, o Brasil ainda precisará contar com a agilidade na discussão da matéria entre os representantes populares. No mundo, a Tesla tem revolucionado no tema.
5. Compartilhamento
Já aqui, temos uma tendência bastante próxima da realidade. Afinal de contas, a economia compartilhada vem provocando a indústria automotiva tradicional, causando perda de rentabilidade e instigando uma nova posição do mercado. Dizemos isso porque a nova geração é repleta de alternativas à posse de um veículo, sobretudo por conta da popularização de soluções como Uber, Cabify e afins.
No entanto, o próprio problema pode ser uma solução. Montadoras de luxo já enxergam essa tendência se desenhando no horizonte e, para isso, oferecem a possibilidade da compra compartilhada, em que dois ou mais proprietários fragmentam o uso do mesmo veículo dentro de um mês â com um período que depende do tamanho de sua participação na compra. No Brasil, a Porsche é a pioneira no tema.
6. Automação
Então, passamos para as tendências realmente revolucionárias, sobretudo quando combinadas às anteriores. A automação veicular retira o motorista da equação, principalmente quando pensamos na Automação de nível 5. No entanto, ainda não há nenhum veículo no mercado com essa capacidade. No mercado global, Tesla e Volvo lideram no tema.
7. Conectividade
Por fim, temos a tendência mais futurista de todas. A conectividade aqui vai muito além da implementação de um chip 4G nos veículos, pois isso apenas traz a internet para dentro das cabines, como muitos veículos de luxo já fazem. No entanto, falamos da conectividade da própria frota veicular. Em um futuro distante, em que a funcionalidade supera o entusiasmo automotivo, os veículos serão autônomos, elétricos e compartilhados.
Nesse cenário, os acidentes serão reduzidos a zero, já que o emprego maciço de Big Data, Inteligência Artificial, Machine Learning e IoT conseguirá evitar qualquer fatalidade, garantindo que todos os veículos estejam cientes dos movimentos um dos outros, em um estado de máxima previsibilidade e adaptação em tempo real.
A jornada das montadoras para o futuro
Então, chegamos ao dilema das próprias montadoras. Afinal de contas, como revolucionar em um mercado cada vez mais saturado e indiferente para as novas gerações? Como despertar o desejo do consumo em torno de um bem de propriedade, que exige recursos e cuidados em sua manutenção?
Esse é o dilema da nova era de mercado, que tem pela frente os 50 anos mais imprevisíveis de toda a história do automobilismo. Em nossa visão, cabe às marcas mergulharem na mais profunda reflexão, estudando o setor com alto nível de detalhe e sobretudo, convidando mentes novas para essa discussão.
Pois bem, você gostou desse post descrevendo os principais tipos de tendência para o setor automotivo? Então não perca oportunidade promover esse debate entre os seus colegas de profissão, compartilhando esse conteúdo nas suas redes sociais!